Prisão é Tortura: Pela dignidade das pessoas presas

Prisão é Tortura: Pela dignidade das pessoas presas

No Linhó, a greve dos guardas prisionais prolonga-se desde Dezembro de 2024, agravando todos os dias as condições de vida - já péssimas - das pessoas presas. Atualmente, no Linhó, as pessoas ficam em isolamento nas celas por períodos que podem ascender a 27 horas, falta água para beber, comida decente e suficiente, faltam cuidados médicos e apoio psicológico e falta o contacto com a família e com os advogados – tudo ainda mais limitado, em tempos de greve. Como se tudo isto não fosse já avassalador, soubemos, num curto espaço de tempo, da morte dois jovens: Gabriel Sousa, de 28 anos, encontrado morto na cela a 7 de março e Yuri Rafael Mendes, de 25 anos, encontrado enforcado a 21 de maio. Contudo, estas mortes, ao contrário da fuga de vale de judeus, não abriram telejornais, não causaram alarido social, mesmo que se juntem a tantas outras num dos países da Europa em que mais se morre entre grades.
A greve - também em curso no EP feminino de Tires desde abril -, foi um direito conquistado com a luta dos trabalhadores. Porém, no contexto do sistema prisional português, assistimos há décadas a uma instrumentalização deste direito, à custa do corpo e da vida das pessoas presas. Em nome de interesses corporativos reforça-se o castigo, o isolamento e a violência institucional.

Recusamos o silêncio, a indiferença e a cumplicidade.
Recusamos o encolher de ombros institucional e a normalização da morte como parte do sistema prisional.
É urgente denunciar, mobilizar.
É urgente romper o isolamento das pessoas presas, desafiar a cultura punitiva que naturaliza a violência como resposta à pobreza, à dissidência e à exclusão.
Neste país existem campos de concentração que condenam pessoas à morte.
Em Solidariedade com todas as vítimas do sistema prisional!

Manifestação dia 12 de Julho às 16h, na Direcção Geral dos Serviços Prisionais (Travessa da Cruz do Torel n°1)